Apresentação

Prezados colegas é um prazer tê-los aqui reunidos, neste II encontro do curso de graduação em enfermagem. Com certeza, momentos como este qualificam e contribuem para o espírito de união do curso de enfermagem Fisma. O mês de maio já é tradicional por congregar celebrações e eventos que tem como objetivo reforçar perante toda a sociedade a importância do trabalho da enfermagem na vida de todos. Este ano o tema central proposto pela associação brasileira de enfermagem para o debate coletivo é: a enfermagem em defesa do SUS: construindo a 15 Conferência Nacional de Saúde. E este é um tema que no mínimo deve inquietar a todos os que fazem parte do cenário da saúde.

Não há mais espaço para que a enfermagem fique alienada a esse assunto. Nesse sentido, convido-os a relembrar que profissionais alienados são aqueles que não tomam consciência do que acontece a sua volta, e , quando tomam, agem de acordo com a manada, não tem uma percepção clara daquilo que precisam fazer, apenas seguem o bando. Com certeza, o queremos na formação de futuros enfermeiros está no oposto disso. Queremos profissionais propositivos, capazes de debater e afirmar o direito a saúde. Para isso, a busca do conhecimento é um elemento essencial em outras palavras, não basta apenas saber o “como fazer”, mas especialmente, saber o seu propósito, a razão, aquilo que está por traz do que se faz.

Assim, a articulação entre competência técnica e competência política deve ser resgatada pelos enfermeiros no cotidiano de suas práticas. É preciso apoiar a consolidação do SUS, como sistema único e universal, o qual possa garantir a oferta de serviços e cuidados integrais com qualidade.

Entender a importância do cuidado de enfermagem demanda uma compreensão ética que contemple a vida como um bem precioso em si, iniciando por valorizar a própria vida e a respeitar a do outro, isso implica também em prestar uma assistência de qualidade e sem danos para os usuários. Assim, a academia tem se dedicado para construir o conhecimento na enfermagem, desafiando os acadêmicos a reflexões e indagações sobre a natureza e os contornos do conhecimento científico e a manter a consciência de que é preciso cuidar numa perspectiva humana e científica e para que este propósito seja vislumbrado é necessário manter-se atualizado.

Mas o que é esse conhecimento? Como ele se constrói? É necessário produzir conhecimentos que instrumentalizem o processo de tomada de decisões, por padrões éticos e que o futuro enfermeiro seja capaz de exercer a profissão com competência técnica-científica e com visão sócio educativa esperada para o desempenho profissional seguro da enfermagem e do usuário dos serviços de saúde.

Desta forma, a competência profissional surge como um processo de construção, do desejo de crescer e de empreender, sendo que o melhor caminho é o contínuo aperfeiçoamento, porque somos seres inacabados e nos encontramos em constante desenvolvimento. Como dizia muito bem Leonardo Boff, “não basta o conhecimento. Precisamos de consciência: uma nova mente e um novo coração. Precisamos também de uma nova prática”.

O espaço de produção e disseminação de conhecimento é fortalecido pelo protagonismo dos sujeitos envolvidos. O enfermeiro e os futuros enfermeiros precisam estar atualizados e capacitados para cuidar de maneira segura e qualificada, pois vivemos um tempo de constantes e rápidas mudanças. É preciso formar um enfermeiro comprometido com a promoção da saúde e a prevenção de doenças, voltado para as necessidades da comunidade na qual atua ou atuará?

Nesta conjuntura, precisamos defender o direito a vida, à saúde e a qualidade do cuidado prestado, bem como a valorização da profissão orientada pelo agir ético e pelo exercício do pensamento crítico. É necessário considerar, ainda, os múltiplos sujeitos envolvidos no trabalho coletivo em saúde, os diferentes profissionais e as diferenças individuais e culturais que se apresentam nas múltiplas e desafiantes situações cotidianas de trabalho. Desejo assim, um ótimo evento a todos!